domingo, 4 de julho de 2010

Os números da empresa - Custo fixo ( Parte 1 )

"Os números da empresa" é o quarto capítulo do livro "Aprender a Empreender", feito pelo Sebrae e pela Fundação Roberto Marinho. Esse livro serve de auxílio para o curso, de mesmo nome, composto por 10 programas de TV, que apresentam informações técnicas, ferramentas e orientações gerais para o melhor funcionamento de sua empresa. Traz também um conjunto de características do comportamento empreendedor - qualidades que qualquer empresário precisa desenvolver. 

Inicio, com esta postagem, uma série que pretende compartilhar os conhecimentos do livro "Aprender a Empreender" que achei serem interessantes, objetivas e úteis. Espero que gostem!

OS NÚMEROS DA EMPRESA

Além de conhecer o mercado e situar-se nele, o empreendedor tem de saber com clareza o que ocorre com os números de sua empresa. Neste capítulo conheça os principais conceitos, calcule alguns números básicos do seu negócio e saiba como fazer o monitoramento sistemática, anotando e verificando regularmente se os números e informações da empresa estão dentro do planejamento.

É hora de conhecer, com detalhes, os números e os conceitos de finanças que vão ajudar no gerenciamento da empresa. Custo fixo, custo variável e margem de contribuição.

Vamos conhecer o caso da Janaína, que produz e vende tortas caseiras, e sua amiga Sandra, uma empresária que vai ajudá-la a planejar seus ganhos e gastos.

JANAÍNA PLANEJA SEU EMPREENDIMENTO

Custo fixo

Sandra e Janaína são vizinhas no condomínio. Sandra tem uma pequena empresa de informática no centro da cidade, onde vende computadores. Ela é o tipo de pessoas que planeja tudo que faz.

Janaína adora cozinhar. As tortas de frango de Janaína já eram famosas quando ela começou a vender para amigos e vizinhos. Agora Janaína já tem muitos clientes e conta também com uma moça contratada para ajudar na cozinha, e um sobrinho que faz as entregas, recebendo R$ 0,50 por cada torta.

Janaína trabalha muito, mas não consegue controlar as despesas. Suas contas sempre estão no vermelho. Sandra resolveu ajudar a amiga.

Para começar, sugeriu que Janaína se organizasse anotando todas as informações que tinha sobre as tortas. Sandra preparou uma tabela e pediu a Janaína para marcar ali todas as despesas com o negócio de tortas que não dependem de quantas tortas ela faz ou vende: os seus custos fixos.

O CUSTO FIXO é a soma de todas as despesas mensais de uma empresa que esteja funcionando, mesmo que não venda ou não preste nenhum serviço. São as despesas de aluguel, material de escritório, recepcionista, contador, a taxa de IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano, luz, água e telefone.

Pró-labore

Janaína faz as tortas em casa e suas despesas de água e luz já estão no orçamento da família. Por isso, a única despesa fixa que ela considerou foi o salário da ajudante. Todos os meses, independente do número de tortas que produza, Janaína paga R$ 150,00 à ajudante. Quando abrir a empresa, ela deverá incluir as despesas de água e luz no seu CUSTO FIXO.

Ao olhar as anotações da amiga, Sandra perguntou sobre o pró-labore. Pró o quê? Perguntou Janaína. Pró-labore, o seu salário!! Janaína ficou surpresa. Como podia pensar em salário se nem sabia se as tortas davam lucro. Se eu tiver lucro, disse Janaína, aí posso tirar o pró-labore. Se não tiver, não dá para ganhar nada...

Sandra viu que Janaína ia cometer um erro muito comum, que atrapalha o crescimento de uma empresa - confundir pró-labore com lucro. Achou melhor explicar o assunto.

Pró-labore e lucro são diferentes e não devem ser confundidos.

O PRÓ-LABORE remunera o trabalho do proprietário ou sócios que gerenciam a empresa - é um CUSTO FIXO, uma espécie de salário dos donos. O lucro remunera a empresa. Na hora de investir em novos equipamentos ou tirar a firma do sufoco num momento de crise, ao invés de pedir um empréstimo, você pode usar o LUCRO. Ele serve, também, para remunerar o CAPITAL INVESTIDO na empresa. Se ao invés de colocar dinheiro numa poupança alguém aplicar na sua empresa esse dinheiro deve ser remunerado. E essa remuneração vem do lucro. Um sócio que entra apenas com capital não recebe pró-labore.

Mesmo entendendo a explicação de Sandra, Janaína ainda insistiu: depois que eu tiver a empresa funcionando direitinho, com tudo comprado e pago, o lucro não pode virar pró-labore?? NÃO, disse Sandra; de jeito nenhum!!! Pró-labore é pró-labore e lucro é lucro! O lucro deve ser usado para comprar equipamentos, expandir os negócios, serivr como uma reserva para momentos difíceis...

Se a empresa for bem, os sócios podem dividir uma parte do lucro entre eles; mesmo assim, isso será uma DIVISÃO DE LUCROS, que não tem nada a ver com o pró-labore!!! Agora Janaína estava convencida.

Pensou numa quantia mínima para as suas despesas pessoais e difiniu o valor do seu pró-labore em R$ 250,00. Anotou na tabela, R$ 250,00 mais o valor do salário da ajudante, R$ 150,00 e fez a soma para encontrar o seu CUSTO FIXO: R$ 400,00. 


Leia também:
Os números da empresa - Custo variável ( Parte 2 )
Os números da empresa - Preço de venda ( Parte 3 )
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