domingo, 17 de junho de 2012

Perdendo o medo!


Perder o medo
Uma cultura de inovação pressupõe saber lidar com o erro, aprender com ele e envolver todos nesse processo
Jacqueline Sobral

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A palavra inovação virou moda no mundo corporativo e presença obrigatória no discurso institucional das empresas. No entanto, as organizações que conseguem transportá-la do papel para o mundo real não fazem nenhuma mágica ou podem ser consideradas "sortudas": é preciso que a alta direção a encare como meta e resolva assumir os riscos que uma estratégia dessas envolve. A partir daí, uma cultura que possibilite práticas inovadoras inclui engajamento das equipes, um sistema adequado de remuneração e recompensa e um ambiente no qual erros não podem ser motivo de punição.

Primeiro, o que é exatamente inovação? Desenvolver uma nova tecnologia ou um produto revolucionário? Não necessariamente. "É fazer alguma coisa de uma maneira diferente que traga resultado financeiro para a empresa", resume o diretor-executivo do Centro para Inovação e Competitividade (CIC), Alain Farès. Ou seja, a introdução de um novo processo que agilize o fluxo de informações na companhia ou uma alteração em um procedimento logístico que traga eficiência também são exemplos de inovação. "Hoje, dificilmente encontramos uma empresa que não coloque a inovação como importante para a sua sustentabilidade. Agora, existe uma diferença razoável entre anunciar essa prioridade e de fato ter a inovação como uma prática", afirma o diretor de RH da Natura, Ney Silva. Uma das maiores companhias brasileiras de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal, a Natura foi eleita pela revista Forbes, em 2011, a 8ª empresa mais inovadora do mundo.

O executivo explica que um dos primeiros termômetros para medir o grau de comprometimento de uma organização é o tempo que os seus líderes mais seniores dedicam ao tema. "A partir daí, já conseguimos fazer uma diferenciação. Na Natura, por exemplo, temos um comitê de inovação, uma vice-presidência de inovação e o tema também é discutido pelo nosso conselho de administração. Para nós, é uma questão de sobrevivência." Segundo o executivo, a Natura agora está criando núcleos de inovação que vão atuar em conjunto com diversas áreas da empresa visando aumentar o fluxo de informações entre as equipes. Além disso, ele destaca a rede de conhecimento que a organização mantém a partir de parcerias com universidades e centros de pesquisa. "Algumas empresas podem pensar que inovação é um tema que deve ser responsabilidade de uma área específica dentro da companhia. Isso é um grande equívoco: inovação precisa ser tratada de forma totalmente transversal", ensina.
Ouvir o colaborador
É exatamente dessa forma que a cultura da inovação é trabalhada na Azul Linhas Aéreas. A empresa mantém para o público interno o programa Chega mais, a partir do qual os líderes da companhia se tornam "padrinhos" das bases, levando informações sobre o que já foi desenvolvido e estimulando os colaboradores a trazer ideias do que pode e deve ser melhorado. Para buscar melhorias no atendimento e eventualmente medir se os resultados esperados com algumas inovações foram atingidos, a Azul também usa uma ferramenta de medição da satisfação de seus clientes. "As empresas que incentivam uma maior participação de seus colaboradores estão mais preparadas do que as tradicionais. A companhia entende inovação como
'tentar fazer algo melhor do que tudo o que já se fez'", destaca o diretor de recursos humanos da Azul Linhas Aéreas, Johannes Castellano.


Equipe GP
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